A farra das homenagens...

on terça-feira, 26 de novembro de 2013
Uma questão por vezes esquecida, mas que demonstra o mal uso da máquina pública, é a farra das homenagens... Sim, parlamentares que usam do tempo e dinheiro que deveria ser dedicado ao bem público para homenagens abomináveis:

Marcelo Piuí (PHS-RJ) homenageia salão de beleza nos EUA:
http://extra.globo.com/noticias/rio/vereador-do-rio-apresenta-mocao-para-homenagear-salao-de-beleza-nos-eua-1801460.html

Roberto Jefferson (PTB-RJ) foi indicado por ter participado de um dos mais famosos esquemas de corrupção da atualidade e depois de ter sido pego denunciado tudo... Oi? Medalha por crimes? Aliás foi apresentada pela filha Cristiane Brasil (PTB-RJ):
http://www.parana-online.com.br/editoria/especiais/news/135968/

O filho do (des)governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ) que nunca fez nada de útil para a sociedade, agora está colecionando medalhas cunhadas com dinheiro público e uma delas dada pelo Tiago Pampolha (PSD-RJ):
http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/felipe-patury/noticia/2013/07/bos-titulos-da-dinastia-cabralb-filho-do-governador-coleciona-medalhas.html

Tem gente até como Dinis Pinheiro (PSDB-MG), que não se contentando em homenagear figuras no mínimo questionáveis, resolveu se homenagear...
http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/mg/presidente-da-assembleia-de-minas-da-medalha-a-si-mesmo/n1597363394194.html

Algumas medalhas inúteis assustam pelo valor... (Corrigindo a reportagem se trata do DECRETO 51.061/61 e não Decreto-Lei 51.061/61)
http://www.ammp.org.br/institucional/mostrar-noticias/pagina/2/noticia/7578

Vale ressaltar que existem homenagens que são justas e benéficas, servindo para incentivar a prática de boas ações na sociedade, porém infelizmente não é o caso das homenagens anteriormente citadas e de muitas outras que eu nem saberia citar.

A culpa é do professor? Eles não sabem o que falam...

on terça-feira, 19 de novembro de 2013
É...
Por 2 vezes* eu já abordei aqui no blog um pouco do tema, mas agora precisarei me aprofundar um pouquinho mais...

Existe uma cultura de colocar o professor como culpado por todas as mazelas do mundo. Alguns textos demagógicos (travestidos de pedagógicos) nos fazem até pensar que o mundo seria melhor sem professores, que segundo tais textos são seres sádicos que enfrentam as piores condições de trabalho no serviço público sem retorno e nem reconhecimento apenas para atrasar o país.

Não estão acreditando? Se prepare:
http://www.jogodopoder.com/blog/politica/brasil-reprovado-o-custo-do-atraso-escolar/

O texto acima é o típico texto em que as demandas do povo ficam em segundo plano e o mais importante é o corte de gastos... Mas para evitar injustiças vamos analisar o texto:

  • Ele foi escrito para um jornal de economia e não para um veículo pedagógico (onde facilmente seria ridicularizado por educadores sérios), logo já vemos qual é a prioridade do texto: capital sobre o social...
  • Foi escrito por um presidente de uma ONG que tem projetos com um teor tão tecnicista não parecem ter sido feitos por ninguém da área da educação,  aliás logo na página principal do site eles se usam como referência o Sr. Richard Murnane da Universidade de Harvard que ao olhar no site da própria Harvard descobri que ele é um ECONOMISTA! E a fórmula + dinheiro - educação continua...
  • O texto começa tirando vários números da cartola e fazendo vários cálculos sem demonstrar exatamente como ocorre e qual a base disso tudo. Tem tudo para ser facilmente manipulado! Sem falar que o texto é escrito de uma forma maldosa na sua relação entre número de professores contratados e ineficiência, número de sala de aulas e ineficiência. O que seria eficiência? 200 alunos em 1 sala de aula com 1 professor? Temos muitos pontos para discutir aí....
  • Em seguida ele tenta fazer um alarme sobre o número de alunos com atraso de escolaridade. Mas faltou ele diferenciar alunos que entram na escola já com uma idade avançada, alunos que eventualmente param de estudar (para trabalhar por exemplo) e retornam mais a frente e os que efetivamente estão atrasados por reprovação.
  • Em seguida ele se contradiz, fala que se o critério para reprovação fosse a aprendizagem ela deveria ser muito maior, mas termina dizendo que a aprovação automática é o ideal... Ou seja, bom é passar o aluno mesmo que ele nada aprenda? Interessante que essa ideia da aprovação automática é sempre empurrada goela abaixo das escolas "para pobres" (públicas ou particulares) enquanto as tradicionalíssimas escolas "para ricos" estão querendo mais é reprovar e continuar sendo uma escola de referência. Para os pobres pode ser de qualquer jeito e para os ricos não?
  • O escritor fala de reprovação em massa... Creio que ele nunca tenha sido professor na rede pública... Sofremos pressões diárias sobre as notas dos alunos, professor que dá nota baixa é logo taxado de incompetente e sofre todo o tipo de represálias e pressões... Só um louco/chato como eu é que insiste em reprovar algum aluno. Em algumas redes a reprovação do aluno pode impedir o professor de ter acesso a certos benefícios e em outras se o aluno nunca foi em nenhuma aula de todas as disciplinas e resolver aparecer só em 1 (ex.: Educação Física) e passar nela ele vai passar de ano em tudo... Em Queimados-RJ por exemplo é proibido dar 0 para um aluno, mesmo que ele nunca tenha aparecido na aula.... O texto só está defendendo os interesses de nossos políticos de ficarem bem nas estatísticas sobre educação e deixar o povo a instrução adequada.
  • Ele levanta o argumento de que bons alunos tendem a melhoras os piores alunos, mas esquece que o inverso também é muito observado...
  • Por fim ele continua usando argumentos para defender que se coloque o professor como refém e que o importante é sair aprovando os alunos indiscriminadamente para evitar a evasão. Pena que isso gera uma evasão de espírito onde o aluno vai para a escola determinado a não participar daquilo já que de qualquer forma ele será aprovado. Além de reforçarmos a cultura da impunidade que é um mal tão grande em nossa sociedade.




Mas relaxe, temos outras pessoas prestando serviço para os nossos políticos, descompromissados com uma educação de qualidade para o povo, e um desserviço para a educação em geral. Esse blog merece nota zero por tudo que posta, mas vou destacar o quanto ele deseja formar pessoas inconsequentes:
http://professornotazero.blogspot.com.br/

Mas a luta continua contra aqueles que insistem em querer o pior para o nosso povo mais sofrido. Continuaremos lutando contra esse abuso da aprovação automática, contra




*Postagens relevantes:
http://professormoroni.blogspot.com.br/2013/09/desabafo-conscientizador.html

http://professormoroni.blogspot.com.br/2013/09/jonas-os-professores-e-uma-outra-evasao.html

Uma Ré Pública...

on sábado, 16 de novembro de 2013
Normalmente nos causa revolta as comemorações do golpe de 1964 realizadas anualmente pelo Clube Militar, com participação de eminentes fascistas como Bolsonaro e outros do mesmo (baixo) nível... Entretanto, embora não seja monarquista, me causa uma certa revolta a comemoração do golpe militar de 1889 e que quase não enfrenta oposição...

Nossa república tem muito pouco de res pública (coisa pública) e muito de ré pública. Nossa golpista república surgiu da combater a inserção social e nada teve a ver com as repúblicas surgidas da mobilização popular como na França, Estados Unidos e Espanha (antes do franquismo). Ironicamente a monarquia brasileira respondia mais aos anseios do povo do que a desgraçada república velha. Só depois de Getúlio Vargas é que veremos alguma participação popular ainda engatinhar na república (muitas vezes uma participação submissa como era no getulismo).

Que república queremos? A velha república golpista? A república covarde fruto da anistia dada gentilmente pelos torturadores para os torturados e para si próprios? Creio que não... Creio que não queremos essa república tão pouco republicana, que se importa tão pouco com a coisa pública, uma república nem um pouco virtuosa (para lembrar dos princípios de moralidade na gestão pública ensinados pelos jacobinos) e de baixa participação popular (se formos comparar com a república espanhola derrubada pelo franquismo).

As semelhanças entre os golpes militares de 1899 e 1964

Precisamos de uma nova república*, que entenda que nada tem para comemorar no passado republicano brasileiro, mas que visando efetivamente a mobilização e participação democrática da sociedade consiga escrever uma nova história republicana. Até o surgimento dessa nova república nada temos pra comemorar, e quando ela surgir em nada comemoraremos a república passada.

Creio que as palavras de Roberto Amaral sobre o Estado sejam muito úteis em nosso ideal de uma nova república:

"A democratização da sociedade começa com a democratização do Estado, revertendo sua vocação antipovo e autoritária, isto é, rompendo com a persistente dicotomia entre Casa Grande e Senzala, senhor e servidor, sujeito e objeto, possuidor e possuído.  Democratizar o Estado é também pô-lo para funcionar. Nossas elites pervertidas clamam pelo ‘Estado mínimo’ porque  sua inação só prejudica aos pobres   aqueles  que efetivamente precisam de transporte público de massa eficiente e gratuito (que  as elites não reclamam por disporem  do transporte individual), da escola pública universal e de qualidade (de que não carece a classe média, servida pela escola privada), que requer professores bem preparados e bem pagos, do serviço universal e eficiente de saúde no seu sentido mais amplo, o que requer mais médicos e médicos bem preparados e bem pagos, do saneamento básico que não chega nem à periferia nem aos bairros populares, de segurança pública e de polícia cidadã. Um Estado desburocratizado, um serviço público democrático, significam a transição do Estado-snowden, ou orwellliano, para o Estado democrático-participativo, indutor do desenvolvimento. Um Estado transitando permanentemente da democracia representativa para a democracia participativa.  Esse é o Estado que almejamos, o Estado possível mesmo nas circunstâncias atuais." Roberto Amaral em http://www.cartacapital.com.br/politica/dos-fins-do-estado-de-socialismo-e-socialdemocracia-8927.html

* Ou que seja uma monarquia, mesmo não sendo monarquista admito que em alguns países como a Inglaterra e a Suécia a monarquia representou melhor os anseios democráticos da nação (na Espanha ocorreu justamente o oposto), afinal é bem mais valiosa uma monarquia republicana do que uma república esvaziada do verdadeiro espírito republicano.

Julia Colle (Ludscher)

on segunda-feira, 11 de novembro de 2013
Após um fim de semana que dediquei a reflexão sobre o real sentido do martírio, (em função das bizarras comemorações de falsos mártires pró-fascistas) acabei de receber a triste e revoltante notícia de que a ativista Julia Colle ou Julia Ludscher, que participou dos atos contra o Instituto Royal misteriosa e repentinamente foi suicidada... Não, eu não errei na escrita, de fato o suposto suicídio da ativista foi tão bizarramente mal explicado que chega a ofender a nossa inteligência... De antemão aviso que não conhecia pessoalmente a ativista e logo tudo que vou falar aqui é por pura lógica e investigação. Informo também que detesto teorias da conspiração, mas não gosto quando querem me fazer de idiota tão descaradamente.

A tática de suicidar, ou seja forjar um suicídio, de um inimigo político é algo bem antigo e que o Brasil já conhece muito bem... "Acidentes" ou "Suicídios" são sempre ótimos pretextos e que as pessoas inocentemente engolem muito bem, mesmo que as circunstâncias sejam completamente absurdas (vale até dizer que alguém se enforcou em uma altura menor que a própria pessoa).
Qualquer semelhança com o caso de Vladimir Herzog não é mera coincidência...
Ok, mas e aí? Bem... Alguém já ouviu falar de suicídio quando se está empolgado e sem nenhuma demonstração de tristeza, desanimo ou algo assim? Se houver algum caso assim na história ele é no mínimo raro... Agora imaginem uma bela, jovem e idealista menina que acabou de realizar um dos seus grandes objetivos (fechar o Instituto Royal). Esta mesma menina, tanto segundo pessoas próximas a ela quanto pelo que podemos observar no Facebook da mesma, se mostrava bem animada com a ideia de "mudar o mundo" e com os próximos passos para continuar na defesa da VIDA! Aliás, algumas dessas publicações foram postadas pouco tempo (no máximo algumas horas) do mesmo dia em que ela foi encontrada morta.

Aliás, as informações divulgadas por vizinhos, ativistas e amigos (na internet) nos dão ciência de que ela não estava sozinha na hora do ocorrido e que nem a mãe dela estaria podendo ter acesso ao local do crime...

Para deixar as coisas ainda mais suspeitas, a menina já vinha sofrendo perseguição e teve que até mudar de conta no Facebook para uma mais discreta que ajudasse a não ser identificada...

Está bom? Precisa de mais?

Rapidamente foi dito que ela havia se matado por enforcamento, coisa que levantou suspeita geral já que nem a mãe teve acesso ao local do crime, mas ninguém sabe a fonte de onde partiu isso e pior ainda como se espalhou tanto e tão rápido se até a notícia sobre a morte (sem dados) ainda demorou... Não foram poucas as suspeitas levantadas de que já estava tudo pronto para divulgar um suicídio antes mesmo da notícia da morte misteriosa chegar aos demais...

Lembrando, que tudo isso ocorreu "coincidentemente" logo após as ações desta menina causarem prejuízos para alguns poderosos grupos econômicos...

Infelizmente fica difícil contar com a atuação policial neste caso dado o forte poderio econômico, travestido de interesses científicos, que deseja silenciar todos os que ousam se levantar contra a barbárie estabelecida. O mais provável é que a polícia vá nos empurrar uma versão tão bizarra quanto a que foi vendida no caso Pesseghini onde uma super-criança, que sabia dirigir habilidosamente, mata sozinha uma família inteira que tinha 2 policiais especializados e que curiosamente vinham sendo ameaçados por denunciar os policiais corruptos...



Julia Colle, mártir da libertação animal, descanse na paz do Senhor e que o teu exemplo esteja sempre vivo em nossas mentes nos motivando ainda mais na luta.

A guerra civil não acabou! A luta entre os mártires de Deus e do Diabo...

on sábado, 9 de novembro de 2013
Por incrível que pareça a Guerra Civil Espanhola não acabou. De fato a Espanha ainda é o último reduto do nazi-fascismo que sobreviveu a 2ª Guerra Mundial, pois a monarquia presente hoje é nada mais que fruto do sanguinário franquismo e que acomodou atualmente até setores socialistas/socialdemocratas.

A Espanha que teve a mais bela história, a das brigadas internacionais, onde voluntários de todo o mundo e das mais diferentes correntes de pensamento (liberais, socialistas, anarquistas, comunistas, ...) foram voluntariamente sacrificar suas vidas em defesa da liberdade do povo espanhol e contra o franquismo. Uma história linda por vermos a solidariedade internacional entre os povos, mas triste por vermos o quanto todos os governos do mundo se calaram diante do que ocorreu na Espanha e a URSS que "ajudava" os republicanos por vezes atrapalhou mais do que ajudou (os comunistas ligados a URSS por vezes enfrentavam o próprio exército republicano, socialistas e anarquistas pois havia um temor da parte de Stalin de que a houvesse uma Revolução Social na Espanha e que o mundo ocidental com medo se voltasse contra a URSS por isso). Franco não teve apoio dos cidadãos do mundo, mas teve apoio dos governos nazi-fascistas como o III Reich.


Infelizmente muitos religiosos se alinharam aos conservadores e em um ato lamentável ainda hoje ainda falta uma certa autocrítica dentro do catolicismo. De forma lamentável já faz algum tempo que um papa beatificou alguns católicos mortos pelos republicanos, sob a alegação de que eles foram mortos em uma perseguição religiosa e não política. Infelizmente ele só fez isso com os católicos fascistas e não com os clérigos bascos que foram perseguidos pelos fascistas e nem com os vários outros que também sofreram nas mãos dos fascistas. Não se fala da perseguição que Franco fez contra os anglicanos espanhóis (Igreja Episcopal Reformada Espanhola), contra os testemunhas de jeová e outros.

Não considero impossível que, graças ao forte conservadorismo do clero espanhol, algum clérigo inocente possa ter sido confundido com um fascista e morto no meio por engano. Mas essa beatificação que coloca como mártires da fé alguns católicos que morreram por defenderem o fascismo e ignora os que lutaram por democracia ou até os demais religiosos perseguidos pelo franquismo é bem complicada, para não dizer política.




Infelizmente no Rio de Janeiro, a Paróquia de Santo Afonso na Tijuca, me chocou ao colocar um cartaz dos "mártires redentoristas" que foram mortos pelas tropas republicanas e pior ainda que resolveram comemorar estes, os mártires do fascismo que acabaram dando suporte ideológico ao regime de opressão franquista.

http://missionariosleigosrj.blogspot.com.br/2013/11/martires-espanhois.html

Aliás, eles não estão sozinhos em um tão bizarro apoio:

http://martiresdeespanha.blogspot.com.br/


Crianças que são verdadeiras mártires espanholas! Mortas pelos fascistas!
Longe de mim querer fazer qualquer campanha anti-cristã ou mesmo anti-católica, de anti-cristão já basta o fascismo que fere tudo o que Cristo ensinou, afinal muitos cristãos (católicos ou não) lutaram até o fim contra o nazi-fascismo vide Frei Maximiliano Kolbe (católico), pr. Dietrich Bonhoeffer (luterano), rev. Atilano Coco Martín (anglicano), ...

Fascistas como sempre usando da tática da infiltração.
Qualquer semelhança com o ocorrido nos protestos recentes no Brasil não é mera coincidência.
Oremos para que o nome de Deus pare de ser usado de forma blasfema para defender diretamente ou indiretamente tiranos e para atacar fiéis lutadores das causas do povo. Que parem de usar a desculpa de não se importar com a ideologia já que apenas reconhecem os mortos do lado fascista e não os mortos do lado republicano. Que parem de usar a histeria anti-comunista para se justificar pois o exército republicano era composto até por liberais, socialdemocratas e outros e não apenas por comunistas.


Fica aqui minha homenagem aos que ousaram sonhar com um mundo melhor e lutaram pela liberdade até de um povo estrangeiro. Minha homenagem especial ao rev. Atilano Coco (socialista, maçom e clérigo anglicano) bem como os demais cristãos que foram verdadeiros mártires de Deus ao padecerem na luta contra o diabólico fascismo, minha homenagem especial também aos membros das Brigadas Internacionais que abandonaram seus lares e suas pátrias para tentar poupar o povo espanhol do trágico franquismo.










A farra das panelas acadêmicas com o dinheiro público

on quarta-feira, 6 de novembro de 2013
Existe um assunto que muitos ficam irritados mas quase ninguém tem coragem de denunciar pois ou se beneficia da situação ou tem receio de que vá ser prejudicado por isso. Sei que serei fortemente prejudicado em função de minhas críticas, porém como a carreira acadêmica não está dentro dos meus planos atuais já que eu acredito e gosto muito do magistério na educação básica, sou uma pessoa naturalmente pragmática e ainda tenho que me dedicar aos projetos sociais, igreja, política entre outras coisas que estão fora deste pequeno mundinho e permitem que eu possa bater de frente contra o que está aí sem maiores prejuízos.

Antes que alguém possa levantar argumentos banais do tipo: "ah mas está reclamando por não se beneficiar", "está reclamando por não ser competente", "está reclamando por isso ou aquilo". Deixo claro que eu até hoje só fiz uma única seleção para mestrado em universidade pública e mesmo assim para ver para ver com meus próprios olhos tudo o que eu já ouvi falar e analisei nos editais. Mas para evitar dúvidas sobre o que estou falando vou tentar documentar e fundamentar o máximo cada coisa e principalmente demonstrar outras críticas imparciais para mostrar que é algo que todos sabem mas poucos tem a coragem de dizer.

Vamos lá,

Em geral processos seletivos para mestrados e doutorados nas universidades públicas do Brasil são EXTREMAMENTE subjetivistas e nem um pouco objetivos (Já li alguns textos na internet de críticas a subjetividade também dos concursos para professores de universidades, mas como não pesquisei adequadamente esta área eu não irei entrar em detalhes). Por mais cara de "imparcial" que o processo tenha é tudo muito facilmente manipulável.

Vou tomar como exemplo o processo seletivo do Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) que considero o mais falho de TODOS os que tive oportunidade de analisar os editais e também por eu ter feito o mesmo e visto de perto como funciona.

Tudo já começa de forma extremamente discriminatória por um dos requisitos para a INSCRIÇÃO NO PROCESSO SELETIVO ser uma carta de recomendação de um dos professores do Programa de Pós-Graduação (PPGEO). Ou seja, se eu não tiver nenhum professor que simpatize com minha inscrição nada pode ser feito e azar de quem é de outra cidade ou não tem conhecidos na UERJ.

Pode ser verificado no Edital:
http://www.ppgeo.igeog.uerj.br/downloads/selecao/seleaoeditalmet2014.pdf

Aí já vemos também o problema dos números de vagas oscilantes de acordo com a vontade de cada professor e motivações desconhecidas. Não há uma seleção como nos cursos de graduação com um número objetivamente definido e que serão preenchidos independente da vontade do professor querer ou não.

Quando o processo efetivamente começa já encontramos 2 problemas:

  • As provas que são extremamente manipuláveis pois são montadas pelos próprios professores da instituição o que permite que tranquilamente alguém possa saber previamente o que estará na prova. Para a lisura do processo seria necessário que uma organizadora de concursos de outro lugar fosse contratada para o processo seletivo. (Exemplo: CEPERJ, CESPE, ...) Aliás, curiosamente no Edital para a turma de 2014 vinha uma bibliografia geral e específica e não havia nada relacionado com a bibliografia geral como se poderia esperar e que no Edital constava até como um dos critérios de desempate.
  • A UERJ está trabalhando com leitura pública da prova, algo que é EXTREMAMENTE SUBJETIVA A ANÁLISE e que infelizmente pude ver pessoas que não foram lá tão bem assim neste quesito sendo aprovadas em detrimento de outras que foram muito melhores.

Avaliações subjetivas como entrevistas, análise de anteprojeto, provas de aula entre outros são extremamente nocivas para a lisura de qualquer processo seletivo para um órgão PÚBLICO.

Agora reflita: Quantos bolsistas não são aprovados nestes processos? Quantos que tentaram na cara e na coragem foram? Quantas vezes você já ouviu nos corredores de alguma universidade que o professor X ou Y iriam abrir um número de vagas que contemplasse seus pupilos? Quantas vezes vemos pessoas cursando mestrado e doutorado com pouco ou nenhum interesse e apenas o fazendo por serem "peixes" de alguém?

Para piorar tudo as práticas acadêmicas de panelismo total influencia na própria produção acadêmica que hoje é extremamente conservadora, repetitiva e gira em torno do marketing de alguns:

http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,darwin-e-a-pratica-da-salami-science-,1026037,0.htm

Infelizmente, quem paga tudo isso é o povão sofrido que talvez nunca nem entre nas elitizadas universidade públicas e que é quase certo que não terá a mínima chance de entrar num processo desses. Precisamos de uma legislação que proíba tais tipo de abuso e que torne os processos seletivos rigorosamente objetivos e democráticos como hoje ocorre em boa parte dos concursos para o serviço público.

O MEIO ACADÊMICO NÃO É IMPARCIAL! NÃO É DE SE ESTRANHAR QUE CERTAS LINHAS DE PENSAMENTO SE PERPETUEM AD AETERNUM.


O meio acadêmico é um forte reprodutor das piores práticas do meio político.

Esqueceram de uma outra Esquerda

on domingo, 3 de novembro de 2013
Durante muito tempo 3 principais grupos dominaram a esquerda:
  • Os anarquistas
  • Os marxistas
  • Os social-democratas / Socialismo Democrático
O anarquismo, que dominou o movimento operário por um bom tempo, ficou enfraquecido com as (até então) vitoriosas revoluções marxistas e o posterior avanço dos social-democratas no poder. Mas com o fim do socialismo marxista em alguns países (seja o fim total ou parcial através de reformas econômicas fortes) e a traição/degeneração de alguns outros partidos socialistas/social-democratas em governos de esquerda ao redor do mundo (exemplo: O PSDB no Brasil que como o nome diz tem origem social-democrata, o próprio PT com sua política repleta de fisiologismo e branda com a corrupção), a esquerda começou a ter uma crise de identidade e de soluções.

A solução seria ir para a direita? Seria criar uma nova esquerda? Engolir os erros da esquerda tradicional como um mal necessário? No meu entender a resposta será NÃO. Não acho que seja necessária uma NOVA esquerda, mas sim uma NOVA POLÍTICA e que algumas corrente de esquerda do passado podem nos ajudar muito com isso:

O socialismo pré-marxista
(vulgarmente conhecido como utópico ou romântico)

Não gosto de chamar esta corrente de socialista utópica por 2 motivos:
1) Este termo utópico foi uma tentativa marxista de subestimar o pensamento socialista desses autores e afirmar que o marxismo seria o socialismo "científico".

2) Este termo da a entender que havia uma coesão de pensamentos, algo como um socialismo utópico organizado. Na realidade o socialismo pré-marxista nada mais é do que os diversos pensadores e suas ideais que queriam fazer algo para mudar aquela sociedade capitalista industrial e melhorar a qualidade de vida de todos.

O socialismo pré-marxista embora muito injustiçado e esquecido legou grandes lições para a esquerda (especialmente ao anarquismo já que Proudhon pode ser considerado ao mesmo tempo um anarquista e um socialista pré-marxista e no meu entender o socialismo democrático retoma muito do espírito pré-marxista), até a filosofia do "Faça você mesmo" presente no movimento punk tem fortes ligações com características desta corrente socialista. Alguns pontos podem ser encontrados em comum nos diversos autores:
  • Socialismo pelas bases no cotidiano: Em geral eles entendiam que o socialismo seria alcançado através de atitudes diárias e nem sempre por uma regulamentação do Estado (social-democracia) ou uma revolução social (anarquistas e marxistas). Todos nós podemos começar a agir de forma socialista, criar espaços/comunidades/organizações que vivam de uma forma socialista e começar a levar o socialismo para as relações pessoais. Exemplo: Se eu sou dono de uma padaria e sou socialista devo melhorar ao máximo as condições de vida dos meus trabalhadores e garantir a melhor qualidade e preço para meu cliente.
  • Apoio Mútuo: A solidariedade operária é vital. Os mais fortes/inteligentes/capacitados (ou até ricos) na sociedade devem se dedicar ao máximo para elevar a condição dos que não tiveram os mesmos dons ou oportunidades. As dores de qualquer pessoa devem ser tomadas também como minhas. Uma vida de SERVIÇO ao próximo é necessária.
  • Socialismo e Liberdade não podem ser separados um do outro.


Os Jacobinos

O partido jacobino era a esquerda da revolução francesa e podemos dizer que a inspiração original para o socialismo. Difamado pela direita e desprezado pela esquerda atual, os Jacobinos nos trazem muitas lições com seu lema de "Liberdade, Igualdade, Fraternidade ou a morte":
  • A República tem como base as virtudes! Um povo sem virtudes sempre correrá para a tirania. Uma vida correta e justa é imprescindível para um bom republicano.
  • Fidelidade aos ideais e moralidade no trato com a coisa pública. Robespierre foi chamado de "O Incorruptível" não foi atoa, mesmo sendo governante da França com plenos poderes viveu uma vida modesta e caminhando no meio do povo. A firmeza de Robespierre aos ideais de uma sociedade democrática, fraterna e igualitária o fez entrar em conflitos com o corrupto Danton (membro de seu próprio partido), essa mesma firmeza o conduziu até a morte.
  • Abolição da escravatura e direitos civis para os Negros: Foi também no governo jacobino que pela primeira vez os negros de uma colônia (Haiti) ganharam direitos civis.(Napoleão é quem vai tentar voltar ao antigo regime no Haiti, não é atoa que Robespierre ainda é uma figura heroica para o povo haitiano). O governo jacobino também libertou os escravos e fez com que os outros países do mundo (inclusive o liberal e republicano Estados Unidos da América) ficassem ainda mais chocados com as medidas populares jacobinistas.
  • Direitos Humanos. Os Direitos Humanos que conhecemos hoje tem forte influência da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Apesar do chamado regime do "terror", Robespierre era contra a pena de morte e abominava as torturas, de fato a pena de morte foi defendida por alguns aliados dele e até inimigos e ele vai aceitar ela a contragosto apenas em função da terrível situação que a França enfrentava ao ser atacada por tudo e todos. Obs.: Não estou defendendo o "terror" ou negando os excessos, mas convenhamos que a situação é bem mais complexa para um país solitário que acaba de passar por uma reviravolta total e é atacado por tudo e todos com risco de se tornar vassalo de outro país.
  • Igualitarismo. Uma das atitudes tomadas pelos jacobinos foi abolir as diferenciações entre pessoas. Não existiam mais marquês disto ou daquilo, todos agora eram cidadãos em plena igualdade de direitos e deveres.
  • Internacionalismo. Os problemas dos outros povos preocupavam os revolucionários franceses que entendiam que é necessário ajudar os demais povos em sua libertação.
Toussaint Louverture, líder da independência do Haiti liderou os jacobinos negros.