O slogan idólatra de candidatos fundamentalistas.

on quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Sabemos que o atual candidato queridinho do meio "evangélico" fundamentalista (e do meio "católico" que acha que está na idade média, mesmo desobedecendo o Vaticano e a CNBB) é o candidato a presidente Jair Bolsonaro.


Jair tem usado o slogan "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos" e outros políticos fundamentalistas copiaram o slogan (até para tentar surfar na onda e arrecadar alguns votos). Porém, eles (que querem misturar religião com política) e que se dizem cristãos (mesmo que as suas atitudes já sejam questionáveis) nem ao menos se dão conta que estão cometendo o pecado de idolatria com esse slogan blasfemo.

Jair é apenas alguém que de última hora inventou uma religiosidade de fachada para tentar ganhar votos, se diz católico mas foi rebatizado (algo que o tornaria excomungado dentro do catolicismo) por um pastor evangélico em Israel (a necessidade de ir em Israel pra se batizar já seria um indício de superstição e uma certa idolatria), e recentemente foi desmascarado em sua falta de conhecimento bíblico por Marina Silva (essa sim evangélica de verdade e defensora do Estado Laico, uma conquista protestante) com Jair ainda soltando a pérola falando sobre o "livro de Paulo" (sendo que nem existe tal livro na Bíblia, existem algumas cartas do Apóstolo Paulo e mesmo assim não tem qualquer ligação com o que o candidato estava tentando dizer). 


Admito que de cara me choquei com o slogan mas, para me certificar que não estava com implicância sobre ele, entrei em contato com alguns amigos especialistas em linguística e me confirmaram que o que eu havia falado tinha razão. A palavra tudo se refere a absolutamente tudo (pessoas, coisas, etc), a palavra todos se refere a pessoas e etc. Ao falar Brasil acima de tudo, Deus acima de todos, até está colocando Deus acima dos seres humanos, mas o Brasil ainda aparece acima até de Deus. 

Lembrando que o pecado da idolatria não é a construção de imagens, mas colocar algo no lugar ou acima de Deus. Sendo assim, esse slogan é idólatra por si só. Para o cristão, o Brasil não está acima de tudo, O Deus Trino e Uno, seus mandamentos, a "pátria celestial", o amor por toda a humanidade estão acima de nosso amor pelo nosso país. 



Além disso, embora o nacionalismo (valorização da cultura e da sociedade em que você nasceu) seja compatível com o cristianismo e até piedoso na medida em que não seja xenófobo, colocar o Brasil acima de tudo já incompatível com uma religião universal (esse é o sentido da palavra católico quando o credo niceno fala Creio na Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica) que está aberta para todos os povos. Não é possível colocar o Brasil acima de tudo, não poderemos aceitar que o Brasil lucre sobre a desgraça de outros povos (Por exemplo), por isso precisamos acolher imigrantes, precisamos ter uma política externa que privilegie o respeito ao bem comum e a dignidade da pessoa humana do que o próprio lucro de nosso país, etc. 


Imagem: http://m.arede.info/ponta-grossa/206748/outdoor-de-bolsonaro-e-pichado-em-ponta-grossa
Mesmo que você apoie tais candidatos, o que eu já acho que deveria ser revisto, não deixe de ser crítico com esse slogan caso você se considere cristão e com as consequências de tal slogan. Bem como, pense o motivo real de algumas lideranças religiosas usarem Deus para promover alguns candidatos, mas não darem a mínima para quando slogans e propostas afrontam diretamente os mandamentos divinos.

Cuidado para a solução não ser pior que o problema: os discursos políticos atuais e o caso de I Samuel 8.

on sábado, 9 de junho de 2018
"O povo pede um rei
1 Quando Samuel ficou velho, pôs os seus filhos como juízes de Israel. 2 O seu filho mais velho se chamava Joel, e o mais novo, Abias. Eles eram juízes na cidade de Berseba. 3 Porém não seguiram o exemplo do pai. Estavam interessados somente em ganhar dinheiro, aceitavam dinheiro por fora e não decidiam os casos com justiça.

4 Então todos os líderes de Israel se reuniram e foram falar com Samuel, em Ramá. 5 Eles disseram:

— Olhe! Você já está ficando velho, e os seus filhos não seguem o seu exemplo. Por isso, queremos que nos arranje um rei para nos governar, como acontece em outros países.

6 Samuel não gostou do pedido deles. Então orou a Deus, o SENHOR, 7 e ele respondeu assim:

— Atenda o pedido do povo. Não é só você que eles rejeitaram; eles rejeitaram a mim como Rei. 8 Desde que eu os trouxe do Egito, eles sempre me têm abandonado e têm adorado outros deuses. Agora estão fazendo com você o que sempre fizeram comigo. 9 Portanto, atenda o pedido deles. Mas avise essa gente, explicando com toda a clareza como o rei vai tratá-los.

10 Então Samuel explicou ao povo tudo o que o SENHOR lhe tinha dito. 11 Ele disse:

— O rei os tratará assim: tomará os filhos de vocês para serem soldados; porá alguns para servirem nos seus carros de guerra, outros na cavalaria e outros para correrem adiante dos carros. 12 Colocará alguns deles como oficiais encarregados de mil soldados, e outros encarregados de cinquenta. Os seus filhos terão de cultivar as terras dele, fazer as suas colheitas e fabricar as suas armas e equipamentos para os seus carros de guerra. 13 As filhas de vocês terão de preparar os perfumes do rei e trabalhar como suas cozinheiras e padeiras. 14 Ele tomará de vocês os melhores campos, plantações de uvas, bosques de oliveiras e dará tudo aos seus funcionários. 15 Ficará com a décima parte dos cereais e das uvas, para dar aos funcionários da corte e aos outros funcionários. 16 Tomará também os empregados de vocês, o melhor gado e os melhores jumentos, para trabalharem para ele. 17 E ficará com a décima parte dos rebanhos de vocês. E vocês serão seus escravos. 18 Quando isso acontecer, vocês chorarão amargamente por causa do rei que escolheram, porém o SENHOR Deus não ouvirá as suas queixas.

19 Mas o povo não se importou com o aviso de Samuel. Pelo contrário, eles disseram:

— Não adianta. Nós queremos um rei. 20 Queremos ser como as outras nações: queremos ter um rei para nos governar, para nos dirigir na guerra e lutar em nossas batalhas.

21 Samuel ouviu o que eles disseram e então foi e contou tudo a Deus, o SENHOR. 22 Ele respondeu:

— Faça o que eles querem. Dê a eles um rei.


Aí Samuel pediu a todos os homens de Israel que voltassem para casa."



Em um dos textos bíblicos que o Livro de Oração Comum da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil reserva para este domingo (Próprio 5), lemos a passagem em que o profeta Samuel, que foi o último líder "democrático" do antigo povo de Israel (coloquei entre aspas para entendermos que seria anacronismo comparar com as democracias modernas, embora houvesse grande liberdade e sentimento de que todos eram iguais perante a Lei), é questionado pelo povo que desejava ter um rei. Vale lembrar que não estamos falando aí de um rei como os monarcas atuais das monarquias parlamentaristas e sim de monarcas absolutistas, ditadores em outras palavras. 

Até então, o povo de Israel vivia sem um Rei (só Deus era seu Rei), havia um sistema bem livre para a época com os anciões aconselhando e ajudando os juízes a resolverem eventuais conflitos dentro do povo. Era perfeito? Não mesmo, tanto que os filhos de Samuel ao se tornarem juízes se tornaram corruptos. Vendo tantos escândalos de corrupção, o povo começa a clamar por um rei, um líder forte e absoluto como o das outras nações (mesmo que o povo dessas outras nações fosse mais massacrado pelo seu líder do que os israelitas).

Samuel, o profeta, sabia que isso seria terrível e que o povo que havia sido libertado da tirania do Faraó no Egito estava agora querendo um novo Faraó. Sim, ao invés de reparar as falhas do sistema, o povo queria ser escravo de um novo líder forte a absoluto. Essas não são conclusões minhas, Deus fala com Samuel e manda ele avisar o povo sobre o que estavam pedindo. Entretanto, o povo preferiu o caminho errado. O resultado sabemos: Um rei louco e homicida (Saul) seguido por um rei que apesar de bom teve graves falhas (Davi) e até matou seu soldado mais leal para poder se deitar com a sua esposa, outro rei que era sábio mas no fim da vida se esqueceu de muito do sabia e começou cometer alguns erros que antes condenava (Salomão), daí em diante o reino se dividiu, irmão lutou contra irmão e em ambos os Reinos (Israel e Judá) houve uma sequência de governantes piores que os reis anteriores e mais corruptos que os filhos de Samuel. Tudo isso só acabou quando o povo foi dominado por outros povos, o que trouxe igualmente sofrimentos para esse povo.

Será que é coincidência quando vemos alguns gritarem pedindo ditaduras, torturas e outros métodos terríveis como sendo a solução para os problemas da democracia atual e de sua corrupção? Será que continuamos a não escutar a voz de Deus, recusando a Ele e aos seus profetas, para abraçarmos a tirania que nos fará mal (e fazemos isso apenas por outros países estarem na mesma onda)?

Que o alerta do texto bíblico possa nos livrar dessas tentações que só nos causarão mais e mais sofrimento.

Desabafo Manifesto

on sexta-feira, 25 de maio de 2018
Temer demonstra o seu maior prazer: atacar o povo. Cansado de só retirar direitos e deixar o povo falido, agora precisa deixar ele agredido e o seu fetiche sádico vai ser realizado com os caminhoneiros.

A "esquerda" necrogovernista insiste em achar que não deve se juntar ao movimento e impulsionar realmente o #ForaTemer, talvez espere fazer sua revolução nos copos do Starbucks.

Alguns caminhoneiros estão iludidos com sandices fascistas e pedindo intervenção militar? É verdade, mas são uma minoria e que logo vai acordar quando sentir no rosto os tapas dos seus interventores outror desejados.

#SomosTodosCaminhoneiros ainda é algo amorfo, não está totalmente claro o que querem, cada cabeça é uma sentença, mas valeria a pena dialogar e até mostrar eventuais equívocos ditatoriais. Demonizar não é a saída, dialogar sim.

A sociedade está apoiando ele e nunca nos apoiou (educação, saúde, segurança, ...) e isso é verdade, mas a culpa não é dos caminhoneiros e sim de toda a sociedade que nunca nos deu qualquer valor mesmo.