A fantasia sempre foi utilizada de forma educativa, não atoa que as obras "O Senhor dos Anéis" e "As Crônicas de Nárnia" foram escritas, respectivamente pelos escritores cristãos J. R. R. Tolkien (católico-romano) e C.S. Lewis (teólogo anglicano), com um intuito pedagógico/espiritual (sim, elas são abertamente cheias de simbolismo e de moral cristã). Tudo bem que o RPG (Role Playing Game: Jogo de Interpretação de Personagem) já é bem divulgado como instrumento pedagógico, mas depende muito do título e o RPG de livro sofre várias limitações para uso pedagógico: custo do material, dificuldade para encontrar material ou companheiros de jogo, complexidade das regras, alguns títulos não contribuem tanto quanto outros (e por vezes pode chocar as pessoas com certas temáticas), ...
OBS.: Sim, recomendo que incentivem seus filhos/alunos a jogarem RPG de livro, poucos jogos são tão divertidos e auxiliam tanto no desenvolvimento pessoal.
Bem, mas voltando... Eu já joguei alguns jogos on-line, mais especificamente MMORPGs (Um tipo de jogo que parece muito pouco com o seu inspirador: o RPG), porém nunca consegui ver nada de educativo neles. Mas, minha opinião mudou recentemente ao conhecer o jogo Wakfu.
http://www.wakfu.com/pt/mmorpg |
Um amigo meu de infância (Mateus Ruzza) costuma brincar dizendo que Wakfu ensina mais que muita mãe... Brincadeiras a parte o jogo tem uma dinâmica fantástica para ensinar várias coisas da vida real. Ahhh sim, vale citar a curiosidade de que esse jogo é francês (mas tem uma versão disponível em língua portuguesa), apesar da maioria dos jogos desse tipo serem dos EUA ou do Extremo Oriente.
Mas, o que esse tal de Wakfu tem de tão especial? Vejamos:
- Ecossistema
- Cidadania
Ah sim, os pontos de cidadania são conseguidos ao se realizar boas ações para a comunidade. Ex.: conseguir recursos (animais/vegetais) que estavam em falta ou eliminar ameaças/pragas. Você também pode perder pontos de cidadania ao destruir o ecossistema, ferir leis ou agredir pessoas atoa e se você ficar com pontos negativos você se torna um fora-da-lei que será procurado pelos soldados da nação para ser preso (e terá que ficar com seu personagem trabalhando na cadeia para quitar sua dívida com a sociedade).
- Profissões/Trabalho e Economia
Ah sim, eventualmente você pode ter que viajar (gastando) pra outras nações pra comprar recursos que estejam em falta na sua nação. Quem disse que a economia dos adultos era fácil?
- Outras atividades
Enfim, isso é um resumo das coisas, mas acho que já deu para perceber que existem muitas oportunidades nesse jogo. Ahhh mas você gosta de conhecer a história do cenário e não apenas sair jogando? Existe uma série animada do Wakfu que no Brasil está disponível no Netflix, mas os episódios iniciais para dar um gostinho podem ser encontrados aqui no UOL: http://www.extremeonlinebr.net/wakfu-episodios.html
1 comentários:
Interessante análise. Só uma correção e uma adição:
Os mercados das nações são interligados. Apenas dois mercados estão à parte do mercado geral: o de Astrub (cidade inicial dos jogadores) e o mercado de Kelba (que creio ser mais por conta do roleplay e história do jogo em si).
Boa parte das missões dependem do seu level atual para serem liberadas, porém, independe da sua força para completá-las. No geral, são uma série de puzzles que tem que ser resolvidos a fim de conseguir algum item especial que libera outras coisas para o jogador (desde trajes à itens que permitem pular, atravessar portais etc. aumentando a interação do jogador com o meio).
E eu adicionaria na sua lista uma das coisas mais importantes do jogo:
Ensina a viver em comunidade. Não importa que você tenha várias contas e jogue sozinho. A graça desse jogo é jogar com outras pessoas. Interagir com elas, plantar com elas, colher, votar e atuar no jogo como um todo. É uma baita aprendizagem de como uma comunidade pode atuar, e as pessoas que mais persistem nele e se divertem são aquelas que aprendem a lidar com os próprios "defeitos" a fim de viver bem em comunidade.
Ao menos até agora. É fácil surgirem conflitos entre as nações, e seus governantes são ponto chave para a resolução de tais conflitos.
Enfim, vale a pena jogar - não só por conta de se divertir, mas como uma forma de aprendizado que poucos jogos podem proporcionar para seus jogadores.
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