Aula de "Geografia da Saúde" para o Ensino Fundamental

on domingo, 17 de maio de 2020
Como já estudamos anteriormente, a geografia é a ciência que estuda a relação entre o ser humano e o espaço em suas várias formas e aspectos (economia, política, relevo, clima, vegetação, etc.) e isso inclui também o estudo em como as doenças e outras questões de saúde, que afetam afetam os seres humanos, e estão diretamente relacionadas com o espaço mundial. Hoje vamos entender como a escala geográfica é aplicada aos estudos de Geografia da Saúde.
Por escala geográfica (não confundir com escala cartográfica que usamos nos mapas), estamos falando sobre a extensão de algum evento. Uma forma simples de entender é pensarmos nos campeonatos de futebol.
Um torneio de futebol entre times do Cesarão será um evento em escala local. O campeonato “carioca” (campeonato estadual de futebol, embora o nome certo para quem nasce no Estado do Rio de Janeiro é Fluminense e Carioca seria o nome apenas para quem é da cidade do Rio de Janeiro) é um evento que abrange uma localidade maior (estadual). Antigamente existia o Torneio Rio-São Paulo que era um torneio regional de futebol com equipes do Estado do Rio de Janeiro e do Estado de São Paulo.
O Campeonato brasileiro e a Copa do Brasil são eventos em escala nacional. A copa do mundo e o mundial de clubes são eventos em escala global, como as pandemias.
Copie para seu caderno o resumo sobre a escala geográfica das doenças feito pela UOL educação:
“Surto: acontece quando há o aumento repentino do número de casos de uma doença em uma região específica. Para ser considerado surto, o aumento de casos deve ser maior do que o esperado pelas autoridades. Em algumas cidades (como Itajaí-SC), a dengue é tratada como surto (e não como epidemia), pois acontece em regiões específicas (um bairro, por exemplo).

Epidemia: a epidemia se caracteriza quando um surto acontece em diversas regiões. Uma epidemia a nível municipal acontece quando diversos bairros apresentam uma doença, a epidemia a nível estadual acontece quando diversas cidades têm casos e a epidemia nacional acontece quando há casos em diversas regiões do país. Exemplo: no dia 24 de fevereiro, vinte cidades haviam decretado epidemia de dengue.

Pandemia: em uma escala de gravidade, a pandemia é o pior dos cenários. Ela acontece quando uma epidemia se espalha por diversas regiões do planeta. Em 2009, a gripe A (ou gripe suína) passou de epidemia para pandemia quando a OMS começou a registrar casos nos seis continentes do mundo.  A AIDS, apesar de estar diminuindo no mundo, também é considerada uma pandemia.

Endemia: a endemia não está relacionada a uma questão quantitativa. Uma doença é classificada como endêmica (típica) de uma região quando acontece com muita frequência no local. As doenças endêmicas podem ser sazonais. A febre amarela, por exemplo, é considerada uma doença endêmica da região Norte do Brasil.”


(Fonte: https://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/surto-epidemia-pandemia-e-endemia-entenda-qual-e-a-diferenca-entre-eles.htm )

A gripe suína foi a primeira pandemia do século 21, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde). Ao longo da história, a malária, a cólera, a tuberculose e a Aids circulam na forma de epidemias ou pandemias. Pesquise e responda em seu caderno o questionário da UOL Educação sobre a pandemias, epidemias e surtos:

1) No século 16, que doença ajudou os conquistadores europeus a exterminar populações nativas do continente americano? Ela é transmitida por vírus e provoca erupções na pele:
(    )A varíola.
(    )A febre amarela.
(    )A SARS.


2) Em que situação uma epidemia pode virar pandemia?
(    )Nas raras situações em que a origem do vírus que afeta os seres humanos está na criação de suínos.
(    ) Quando a doença deixa de ser localizada numa região e passa a atingir diversos países, como a gripe suína.
(    ) Quando a taxa de mortalidade da doença é superior a 15%.

3) Qual o outro nome para a gripe espanhola? Na Espanha, a epidemia matou cerca de 8 milhões de pessoas:
(    ) Influenza A.
(    ) Gripe de 1918.
(    ) Peste bubônica.

4) Qual o agente causador da peste negra?
(     ) As pulgas de ratos.
(     ) O vírus H1N1.
(     ) A bactéria Yersina pestis.

5) Que região do mundo é a mais afetada, atualmente, pela epidemia de malária?
(     ) A África subsaariana.
(     ) A América Central.
(     ) A Índia.

6*) Atualmente estamos enfrentando a pandemia do COVID-19, a doença causada pelo coronavírus. Isso significa que (marque a opção correta):
(    ) A doença está afetando o mundo todo, com a grande maioria dos países cumprindo a quarentena e o isolamento social (que são as únicas formas de nos protegermos já que ainda não existem remédios e vacinas específicos).
(    ) A doença não é grave e nem se espalha como dizem, sendo apenas um resfriado acontecendo em alguns lugares do Brasil e que não faz sentido o isolamento social já que existem alguns remédios para ela.
(    ) A doença é grave, porém está afetando apenas poucos lugares.

7) Quais os sintomas da cólera, doença transmitida pela água contaminada?
(     ) Febre alta e icterícia.
(     ) Pneumonia e aumento dos gânglios linfáticos.
(     ) Vômito, diarréia e cãimbras.

8) O que têm em comum as pandemias de cólera, Aids e gripe suína?
(    ) As três doenças são infecciosas, tratadas com medicamentos.
(    ) As três doenças têm vacinas em estudo, mas não têm cura.
(    ) As três são doenças infecciosas agudas provocadas por bactérias.

9) O que é o tifo epidêmico? Ele fez milhares de vítimas em guerras e nos campos de concentração nazistas:
(    ) É uma lesão que contrai os músculos e leva à morte por asfixia.
(    ) É a DST (doença sexualmente transmissível) com a mais alta taxa de mortalidade.
(    ) É uma doença infecciosa que afeta a circulação do sangue, com complicações nos rins, pulmões e coração.

*A pergunta 6 foi substituída pelo professor Morôni, visando atualizar o questionário.

Profetas não são desejados, são necessários.

on sábado, 9 de maio de 2020
O nosso mundo tem um costume curioso, somos apaixonados pelo discurso de mudança mas, é a coisa que mais detestamos. Entre o povo de Deus não é diferente e isso é facilmente analisado quando lemos as escrituras. Seja na Bíblia ou na história da igreja, aliás é por isso que o lema Ecclesia Reformata et Semper Reformanda Est ao falar da necessidade da igreja reformada estar sempre se reformando não consegue sair da teoria para a prática (na maioria das vezes).

Jacob Boehme: um profeta incompreendido em sua época.
Apesar de sempre clamar por libertação, se Deus enviava a libertação logo a queixa era por não ter ficado tudo como antes. Foi assim com o povo que chorava por viver como escravo no Egito e quando Deus guia Moisés para os libertar logo começam a sentir saudades das panelas de carne do Egito.

Claro que muitas vezes o saudosismo e o apego ao que não serve mais vem disfarçado de várias formas: Moisés tentou arranjar desculpas para não falar, Jonas tentou arranjar desculpas para fugir, os judeus logo arranjaram a desculpa de Jesus esta endemoninhado, … Veja que algumas desculpas podem ter um fundamento real, sem serem mais do que desculpas como no caso de Moisés que de fato tinha um problema com a fala, outras são apenas mentiras como a dos judeus contra Jesus.

Existe uma charge famosa na qual um orador pergunta para uma platéia quem quer um mundo melhor e todos levantam as mãos, mas ao perguntar quem quer ser melhor para o mundo ninguém levanta a mão. A realidade é que mudar exige sempre uma mudança em nós mesmos, um processo de conversão e no fim das contas raramente estamos interessados nisso.


Os profetas, ou seja aqueles que aceitaram o chamado cristão para a profecia (e como o mover do Espírito não é algo limitado a uma casta ou grupo em específico), nos lembram disso e por isso são perseguidos e mortos como podemos ver nos textos de hoje.

A simples rejeição da profecia é sempre feita com discursos simplistas, o famoso argumentum ad hominem (quando se ataca ao defeitos e limites do argumentador ao invés de se questionar o argumento dele) é uma das formas mais comuns. E pasme, não faz sequer sentido para nós que somos cristãos e acreditamos no poder de Deus de usar quem ele quer, por pior que seja. Não, não...

“Não perseguimos o profeta, mas vamos rejeitar a profecia dizendo qualquer coisa que alivie nossas próprias consciências: não possui a mesma cultura, estudo, vivência, experiência, dom do que nós. Nem mesmo nos daremos conta do absurdo que é clamarmos por mudança se rejeitamos qualquer um que não esteja nos mesmos critérios e padrões que consideramos ideais”. Uma curiosa e bem discreta maneira de rejeitarmos a mudança é querermos que ela seja apenas uma mudança para como sempre foi feito e por quem sempre fez. “Talvez quando se tornar um de nós ou o que queremos possamos ouvir o que ele diz, afinal será só um eco de nossa voz e a única mudança real será no orador”.


Isso explica em partes o pensamento reacionário que infestou nosso mundo com a promessa de mudança contra mudanças, a única mudança prometida é a de voltar a fazer como sempre foi feito e com essa mudança na realidade estamos tentando impedir qualquer mudança.

Nossa sociedade é um cachorro correndo atrás do próprio rabo, ou talvez o famoso símbolo do ouroboros com a serpente que se engole, por isso a história humana se repete em ciclos (com as devidas mudanças no calendário, na tecnologia e etc). A profecia é necessária, mas nunca é desejada ou bem recebida e principalmente ela é inesperada: pode vir da boca da criança, do jumento, das pedras que clamam, pode vir de alguém detestável que Deus usou naquele momento, quase nunca vem de onde esperamos.


Ninguém esperava que o messias, da linhagem do Rei Davi, reinaria na cruz e não na liderança da revolta. Quem tiver ouvidos, ouça! Quem tiver olhos, leia! Graças a Deus que apesar da nossa resistência, Ele sempre levanta profetas indesejados e necessários. Pela sua misericórdia o seu povo aprende a necessidade de mudar e o quanto as escolhas ruins o afetam negativamente, aprende no amor (ao ouvir o que o Espírtio quer dizer para a Igreja) ou na dor (sofrendo pelos próprios erros), mas aprende. Cedo ou tarde, aprende.

Que o Espírito Santo amoleça nossos corações, abra nossos olhos e ouvidos para entendermos o que Deus pode estar falando para nós, especialmente por meio daqueles que menos achamos capacitados para tal. Em nome de Jesus. Amém.

Revdo. Morôni Azevedo de Vasconcellos (Igreja Episcopal Anglicana do Brasil) | 09/05/2020 (Ano A)
Jeremias 26:20-24 | Salmo 31:1-5, 15-16 | João 8:48-59