Debate 2020 - Rio de Janeiro (Band 01/10/2020)

on sexta-feira, 2 de outubro de 2020


 
Minha análise do debate:

Marcelo Crivella incorporou de vez a imagem de bolsonarista radical, repetindo o mesmo discurso que vemos os robôs fazendo de fuga da realidade e caça a inimigos imaginários como a Globo ou sei lá quem.


Eduardo Paes foi o esperado, tentou fazer a figura de gestor. Não teve qualquer surpresa, tentou parecer moderado e fugiu de alguns questionamentos sobre seu governo. Junto com o Crivella, foi o mais atacado pelos demais.


Martha Rocha se saiu muito bem, mesmo sendo muito atacada pelo Paes (os dois são os que mais tem chances de ir pro segundo turno com o Crivella, então é normal). Conseguiu explicar bem a questão do aumento dos estupros na sua gestão como chefe da Polícia Civil ser relacionada com a incorporação do antigo "atentado violento ao pudor" ao crime de estupro, só não sei se a população vai entender bem esse detalhe jurídico. Nas suas falas sobre a educação demonstrou estar bem alinhada com essa pauta histórica do PDT. Aliás, o PSB (partido de seu vice) possui um Núcleo voltado só para a educação básica e que participei ativamente na época de sua fundação e contou com nomes bem consistentes da área da educação e dos movimentos sociais.


Clarissa Garotinho Soube se posicionar, a retórica aliás é um dom da família Garotinho. Confesso que gostei quando ela engrossou pra cima do Fred Luz, apesar de não me identificar com ela. Porém, faltou dizer qual o seu diferencial.


Eduardo Bandeira de Melo Está perdido, não sabe bem o que está fazendo ali. Fiquei na dúvida se estava em algum programa esportivo pois resumiu suas falas em "Flamengo isso e aquilo" e não deixou claro o que quer como prefeito. Pessoalmente, acho que o PDT e o PSB fizeram um ótimo jogo em não aceitar ele como vice, e menos ainda como cabeça de chapa (que era o desejo dele e da REDE), ia atrasar bastante.


Luiz Lima Seu discurso é só Bolsonaro, Bolsonaro e Bolsonaro. Tenta na real fazer a linha Paulo Guedes (menos conspiracionista e mais preocupada em agradar os ricos). Ficou bem claro que seu principal foco é o Crivella, afinal é quem divide o eleitorado bolsonarista com ele, então ao mesmo tempo que bate tenta se segurar pois sabe que no final a aliança deles é maior.


Renata Souza foi ótima, incisiva. Porém, como ás vezes ocorre na esquerda, falou para a militância em alguns momentos e pouco para o povão em geral. Porém, sem dúvidas, foi uma das melhores do debate.


Benedita da Silva Se saiu muito bem, mas parece que o PT está confuso sobre sua tática. Se esperava que ela pretenderia disputar o eleitorado evangélico (e o Crivella levou o debate com ela para esse campo mesmo, como era de se esperar), porém, ela fez uma defesa muito correta do Estado Laico e fez questão de se distanciar das questões evangélicas. Confesso que ainda não entendi qual é a tática do PT e acredito que outros também não.


Fred Luz passou o debate tentando exaltar o seu próprio partido e a gestão dele em MG (oi? Aquela mesma de todas as tragédias ambientais e sociais?). Fez um discurso ideológico em defesa do liberalismo, e só. Tomou uma invertida bonita da Clarissa Garotinho.


Glória Heloiza não sabia onde estava pelo jeito... Foi a candidata mais perdida junto com o Bandeira de Melo e o Fred Luz. Porém, conseguiu estar ainda mais fora da realidade em alguns aspectos. Até insistiu em querer fazer algo que não está na competência da prefeitura do Rio, até o Luiz Lima teve que chamar a atenção dela sobre o excesso de fantasias. 



Paulo Messina parecia um segundo Eduardo Paes. Como esperado, focou sua artilharia no Crivella e o tempo todo ficava com aquela expressão de "Eu sei o que você fez no verão passado". Em alguns momentos tentou mostrar conhecimento sobre a educação mesmo fora de contexto.